Desejo inventar palavras.
As que conheço parecem-me poucas,
Insuficientes,
Demasiado comuns e pequenas.
Às vezes fico dividido
Entre duas palavras…
E essa divisão não surge, sequer,
Entre a palavra que quero dizer
E a que imagino que queres ouvir.
Apetece-me dizê-las às duas,
Numa só.
Como se ambas fossem uma,
Num único significado,
Abrangedor de ambas.
Hoje quero dizer que te adoro.
Porque és como o meu astro regente,
Que me dá vida…
E que eu venero como a um Deus, intocável.
Mas também quero dizer que te amo,
Que és tão igual a mim que podemos ser um só,
Penetráveis!
E nessa palavra, que possuisse os dois significados,
Ponte entre o intocável e o penetrável,
Queria dois pilares de silêncio.
Que suportassem os dois significados.
Um pilar de silêncio
No momento em que a ouves,
Por não a conheceres.
E um outro feito do silêncio do momento seguinte,
Em que dás conta do plural do significado,
E engoles em seco a palavra nova que sai da minha boca
E que te impede de dizer que me queres.
Inventei agora essa palavra: Amoro-te!
E amoro-te porque te amo e te adoro
E quando digo que te amo não esqueço que te adoro.
E quando te digo que te adoro, lembro-me que te amo.
Quando digo só uma dessas palavras
Não digo tudo…
E o que não digo…
Fica-me preso na garganta
Como azia…
E amoro-te lembra-me amoras..
Digo amoro-te
E fico com um gosto doce na boca.
Às amoras.
A amores.
Que se adoram.
Porque são doces.
...Mesmo quando não estás comigo.
(Desconheço o autor)
Dedicado a Ti HS
porque hoje estou feliz e apetece-me "deitar cá para fora" este amor!!!
V.M