sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Palavras a qualquer coisa.


Se as pessoas fossem fáceis de entender, meu amor, eu dir-te-ia.
Vingança. Inveja. Interesse. Ódio.
Dão-te palavras de significados subentendidos. Dão-te o interesse enrolado em bondade, e tu meu amor, de coração ingénuo e puro agarras o veneno.
Palavras subentendidas que eu nunca entendi. Palavras. Abraços.
De abraços fazem oportunidades e... tornas-te mais uma escada para ir mais além.
Não me peças para dizer que o mundo brilha. Não.
O que brilha é a alma de pessoas como tu, que mais depressa apoiam o simpático mendigo que o emproado engenheiro.
A diferença é que o mendigo só te dá a simpatia, o engenheiro dá-te interesse, porque o dinheiro é dele.
Olha o mendigo. Se ele sorrir fica feliz, porque não verás sorriso mais puro.
Há coisas que param de crescer. A mente humana parou. Ficou como uma pequena bola azul num enorme lenço de seda preta.

Sim eu sei.
Às vezes não sinto o que me pertence.
Às vezes sinto o que não é meu.
Escrevo o que sinto e o que não sinto.
E sinto, ou não sinto, que não o sei fazer.
Afinal nunca soube. As palavras soam mal, as vírgulas pausam mal, os pontos fina(is)lizam mal.
Ainda assim escrevo. Não para parecer bem, mas para desabafar muitas coisas que me soam mal.
E escrevo sobre coisas que me soam mal, com coisas que me soam mal.


Sara Realista 12ºB

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem, creio haver coisas que estão simplesmente belas como estão... Apenas digo, talvez, que concordo.. que me alegra ler um texto tão puro, tão sincero...

'pessoa(S)...' disse...

Fiquei... sem fôlego, Sara!
Muito, muito belo!
...

Vou reler.
E reler.
E...

...e é nestas ínfimas e imensas manifestações da essência que uma certeza se impõe: há pessoas que são uni-VERSOS, poesia em olhar de gente...

(Quero mais e mais e mais textos teus... aqui. )

CC